quarta-feira, 8 de junho de 2011

4º Fichamento

ASSOCIAÇÃO ENTRE DOENÇA PERIODONTAL E PATOLOGIAS SISTÊMICAS

FARIAS, I. et al. Associação entre doença periodontal e patologias sistêmicas. Rev Port Clin Geral. 22:379-90, 2006.


Doença Periodontal (DP) é uma infecção crônica, produzida por bactérias gram-negativas, com níveis de prevalência elevados, sendo a segunda maior causa de patologia dentária na população humana de todo o Mundo.
É definida como uma doença sujeito e sito-específica, que evolui continuamente com períodos de exacerbação e de remissão, resultando de uma resposta inflamatória e imune do hospedeiro à presença de bactérias e seus produtos.
A sua progressão é favorecida pelas características morfológicas dos tecidos afetados, o que a distingue de outras doenças infecciosas. As manifestações clínicas da doença são dependentes das propriedades agressoras dos microrganismos e da capacidade do hospedeiro em resistir à agressão.
Embora o mais importante mecanismo de defesa resida na resposta inflamatória que se manifesta inicialmente como gengivite, variações na eficácia protetora do processo inflamatório e o potencial patogênico das bactérias podem ser a causa principal das diferenças encontradas na susceptibilidade à Doença Periodontal. O processo inflamatório desencadeado pode culminar com a instalação de uma periodontite.
Gengivite Define-se como uma inflamação superficial da gengiva onde, apesar das alterações patológicas, o epitélio de união se mantém unido ao dente, não havendo perda de inserção. É uma situação reversível, caso sejam removidos os fatores etiológicos (bactérias). Contudo, tem um papel precursor na perda de inserção ao redor dos dentes se os fatores etiológicos não forem eliminados.
A Periodontite corresponde a uma situação de inflamação com destruição do periodonto e ocorre quando as alterações patológicas verificadas na Gengivite progridem até haver destruição do ligamento periodontal e migração apical do epitélio de união. Existe uma acumulação de placa bacteriana, ao nível dos tecidos mais profundos, causando uma perda de inserção por destruição do tecido conjuntivo e por reabsorção do osso alveolar.
Macroscopicamente, a gengiva apresenta- se eritematosa com sinais de inflamação. No entanto, esta característica pode não estar presente, como acontece nos pacientes fumadores nos quais a vasoconstrição provocada pelo tabaco simula ausência de inflamação.
Das associações observadas entre o estado de Saúde Oral e as Patologias Sistêmicas crônicas, a maior ligação é entre a Doença Periodontal e a Diabetes Mellitus. A Diabetes afeta cerca de 177 milhões de pessoas em todo o Mundo e a Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que este número possa duplicar até 2030 devido ao envelhecimento populacional, hábitos alimentares incorretos, obesidade e sedentarismo.
As complicações orais desta patologia são múltiplas e incluem xerostomia, risco aumentado de carie dentária e presença de problemas periodontais (75% dos pacientes diabéticos).
A Doença Periodontal é considerada a sexta complicação da Diabetes e encontra-se bem documentado na literatura que indivíduos com Diabetes Mellitus têm um elevado risco de sofrerem de Doença Periodontal. Na verdade, não é só a prevalência da Doença Periodontal que está aumentada em indivíduos diabéticos, também a sua progressão e severidade é mais rápida e agressiva.

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